LONDRINA, NÓS GOSTAMOS DE VOCÊ!
A
desCompanhia acredita, sobre todas as coisas, na potência do encontro. Assim
como defende um espaço democrático de
pensamento para que essa manifestação possa existir livre de amarras politicas,
fugindo de posicionamentos absolutistas. A postura do grupo é idealista e,
aqui, se prefere mais a definição de luta do que de sonho, para essa palavra
tão injustamente desgastada. E, claro, aqui se sonha. Mas a concretude está
sempre na pauta. E a ação de continuar independentemente, é o posicionamento
mais subversivo que se pode ter.
Continuar
apesar de. A ideia de combate, no
encontro e na dança (e com afeto), faz a des circular, no Sul, no meio dos
artistas, com o público; apontando, assim, para uma revolução dançada,
concentrada, sem ingenuidades de adolescência, mas com frescor. Esse não se
quer perder.
A
Mesa, em Londrina, nos revelou aquele contexto...da cidade em relação, dos
agentes da cidade em relação, da relação da relação...E, não à toa, relação
aqui entra na pauta. Com urgência. E
é sobre isso que estou falando...Aberturas
precisam existir e precisam ser laboradas. Em tempo real. Quando o trabalho
deixa de ser feito, as possibilidades se esvaem.
Sonhar
com concretude que a vida (como a dança, como tudo) é fugaz e que só humano com
humano podem perpetuar um momento, ressignificá-lo, explodi-lo de sentido.
Ali,
em Londrina, verificou-se que a dança está centrada em dois polos distintos:
universidade e ações relacionadas às politicas públicas de cultura municipais.
Elas se imbricam em alguma curva, e não se imbricam em outras. Como os encontros.
Parece que o contexto cultural na cidade
é guiado por uma vertente apenas, centralizado e, que , neste caso, agrega juízo
de valor para ações culturais. As ações devem existir e, existindo, podem mudar
um contexto, inclusive, de quem vende tomates, de quem é artista, das gentes
(melhor seria não separar por especificidades de trabalho, melhor lembrar que
trata-se de relações entre pessoas, melhor é não separar). Justamente: E, nessa
Circulação, o importante são confrontamentos reais entre pessoas, não entre
pessoa/entidade, pessoa/instituição,
pessoa/estado. Óbvio que tudo afeta, tudo se liga...mas quando se chega
no essencial, o que sobra?
Sem
generalismos:
Cada cidade é feita por pessoas. Cada pessoa é feita de infinitas conexões,
experiências, estados...Não me importo se, preconceituosamente, Curitiba é mal
vista pela cidade de Londrina; me importo em, curitibano, ter achado pontos de
contato entre a cidade, o bosque, alguns artistas, me parece que os encontros são
mais sobre isso, do que sobre aquilo.
E
mais: não buscamos modelos e sim maneiras de seguir adiante, porque, como me disse um filosofo: o futuro
já chegou! E, por isso, temos que estar atentos ao presente. E modelo nenhum, nunca, serve. A autonomia em relação é o
nosso tesouro.
Ao
contrário do que foi dito ali por um dos integrantes da mesa, esse não é
somente um espaço para trocar angústias, embora é entendido que a dor também
faz parte da perfeição. Padecer, não é transformar...Desistir não constrói.
Como já escrito: o que interessa é continuar e é essa a nossa revolução.
Utópica? Não! concreta, comprometida com a nossa realidade e o nosso contexto.
Mas também com sonhos...É uma escolha, existem todas as outras.
Como
vamos daqui pra frente?
Pra fechar,
cito aqui o Luis Fuganti: quando vivemos
de mal jeito no presente, o passado vai pesando e o futuro se estreitando...
Pra
terminar, não termino: continuo.
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