“Seria
mais fácil fazer dança em Joinville, se Joinville não fosse a cidade da dança”,
diz Deivison Garcia, artista da dança. Com esta frase-sintoma, abro o texto.
Máximas
como “as pessoas vivem de dar aulas, muito mais que de dançar”, “o financiamento público não dá conta da
demanda em dança”, “ganhamos dinheiro com profissões paralelas à dança”, se tornaram frases recorrentes nos textos que
escrevo sobre Sustentabilidade e Manutenção em dança. Em Joinville não foi
diferente.
A
cidade da dança passa por infindas dificuldades para dançar. Vivendo sob o
espectro do Festival de Dança de Joinville e a Escola de Dança do Bolshoi, sobram poucas alternativas para a sustentação
da dança na cidade.
O
Festival e a Escola do Bolshoi se tornam sinônimo e modelo de dança na cidade,
vale ressaltar que: por outro lado, essas duas inciativas despoletaram a
profissionalização da dança em Joinville. Fatos concretos (para o bem e para o mal) que pedem relações/reações concretas.
Como
o Festival de Joinville tem como premissa a competição, a cidade, no geral,
vive a dança sobre essa perspectiva, o que confere também uma falta de
continuidade no trabalho: dança-se para o Festival. Passar o ano todo
preparando uma coreografia, reduz a estatística de montagens de espetáculos de
dança e dá um formato específico para a produção local: competição (Festival de
Dança), danças regionais e o Bolshoi formam um mosaico/modelo onde a pesquisa
em dança, ou a criação de trabalhos autorais, têm dificuldades reais de
penetração.
O
financiamento público entra no jogo sob essa mesma perspectiva: apoio às ações
ligadas ou relacionas à estruturas como
a Escola de Dança do Bolshoi e o Festival de Joinville e descaso para
outras manifestações em dança na cidade.
Os
contextos vividos nas cidades que a Circulação Sul passa, ilumina novos
caminhos. Os nossos e os dos visitados.
Resistência
é a ação. Joinville precisa resistir. E dançar. Mais.
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