sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Conversa sobre dança. Configurações Possíveis: Curitiba -PR

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Em Curitiba, choveu, no dia 18 de Setembro de 2014.  Fiz um percurso a pé da minha casa até a Casa Hoffmann, ginasticando aberturas e escutas.
Ao meu encontro, muitos amigos com desejo de pensar a dança no Paraná e suas lógicas singulares, suas articulações, jeitos de ser, todos os movimentos.

PRIMEIRA (RE)DESCOBERTA:

Ali tudo eram  pistas, tentativas de encaixes, respostas abertas,  buscas, perguntas, especulações, exposições...ali tudo estava aberto e sinalizava. Sem certezas, só ensaio...
No meio desse mar (ou chuva?) de incertezas, uma resposta: definitiva, certeira, concreta: é preciso ir de encontro ao ENCONTRO.

SEGUNDA (RE) DESCOBERTA:

É preciso (se) misturar.  É preciso que os agentes da dança se aproximem (independentemente de que modalidade se dance ). É preciso descentralizar.
É preciso agir em conjunto.

Aqui, vale um Caetano, né?

É PRECISO ESTAR ATENTO E FORTE!

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ECO 1:

Antes de dar 20h (horário da Mesa em Curitiba), enquanto eu sublinhava palavras com caneta marca texto rosa, misturado à audiência, ouvi rastros de memória de como se formou uma parceria entre artistas...

...foi em 2010? 2011?

...você estava  em outra cidade e eu em outra

...é! acho que foi em 2010!

...mandávamos danças em vídeo uma para outra

...

correspondências.  Memória Viva! E aqui, vale uma citação do Saramago:

“Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos.
Sem memória não existimos, sem responsabilidade talvez não mereçamos existir.”

ECO 2:

Sobre a presença do Black (Afro Pop/ Ginga Total)

A pergunta que o bailarino fez, um dia, para a comunidade que trabalha; emprestada aqui por todos nós:
QUAL O SONHO DE CADA UM?

E uma certeza (dita no Parolin), emprestada para nós (novamente)
A DANÇA NÃO É UMA PONTE

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É UMA ESTRADA!

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E, aqui lanço uma pergunta, perguntada por Rafael Camargo (autor e diretor teatral), em outros tempos: QUAL É A TUA - MINHA ESTRADA?
...
Como se aproximar do trabalho do Ginga Total? Perguntaram-lhe. E a resposta:
Paquerando. Namorando e, depois, casando.
Uma pista para  iniciar encontros e encontrar.
.
Lembro de uma amiga (Guida!) que, uma vez, me disse: um encontro só acontece no meio do caminho, quando um e o outro  se movem para se encontrar.

ECO 3:

Elke Siedler se apresenta:

DANÇO
COREOGRAFO
E...

ESCREVO PROJETOS.

Mais uma pista...

95% dos presentes vive de editais públicos.
As escrituras neles são tão determinantes para se dançar, quanto a dança. A continuidade do trabalho (quando acontece) se dá (na maioria dos casos) viabilizada por outros empregos.

ECO 4:

Constatação I:

A dança precisa buscar, cada vez mais, pontos de contato com a recepção do público.

ECO 5:

Constatação II:
Construção de Redes: única maneira de sobrevivência no mundo contemporâneo.

 

A mesa em Curitiba foi composta pelos articuladores: Cintia Napoli (PR) Airton Tomazzoni (RS) e Elke Siedler (SC) e pelos artistas Rosemeri Rocha (Núcleo UM), Simone Bonisch  (Balé Teatro Guaira), Renata Roel (artista parceria de Bruna Spoladore), Yiuki Doi (desCompanhia de Dança) e Adilto José de Paulo (grupo Ginga Total). Mediação: Juliana Adur (PR) .

+ e contou com a participação de um público especial: artistas da dança queridos de Curitiba!

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2 comentários:

  1. E eu reafirmo, porque presenciei, que a rima da arte se faz corpo quando nos encontramos. Os diferentes se encontram nas similaridades e aí dançamos juntos sem sermos iguais.

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  2. Que esses ecos e (re)descobertas continuem nos alimentando e instigando, sempre.

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